By Vini Jr., astro brasileiro do Real Madrid, continua sua luta contra o racismo no futebol espanhol e, em entrevista exclusiva à CNN, revelou uma medida drástica que ele e seus companheiros de equipe estão prontos para tomar caso enfrentem mais episódios de racismo durante os jogos. Segundo o atacante, se ocorrer um novo incidente, o Real Madrid cogita deixar o campo como forma de protesto e para garantir que os agressores sejam punidos de forma mais severa.
“No clube, falamos sobre isso com mais frequência. Não só eu, mas todos os jogadores disseram que se isso acontecer, na próxima vez todos terão que deixar o campo para que todas aquelas pessoas que nos insultaram tenham que pagar uma multa muito maior”, disse Vini Jr., ressaltando o compromisso do time com a luta contra o racismo.
A UEFA, em 2019, introduziu um protocolo em três etapas para lidar com comportamentos racistas nas arquibancadas, que inclui a possibilidade de abandonar a partida caso os insultos persistam. Vini Jr. relatou que, após o incidente em um jogo contra o Valencia em outubro de 2023, ele e seus companheiros de equipe chegaram à conclusão de que sair do campo teria sido a decisão mais apropriada.
Em um momento crucial para o futuro do futebol na Espanha, Vini Jr. também expressou suas preocupações sobre a Copa do Mundo de 2030, que será realizada em conjunto por Espanha, Portugal e Marrocos. O jogador enfatizou que, se a questão do racismo não for tratada com seriedade, a Espanha deve reconsiderar seu papel como sede do evento.
“Espero que a Espanha possa evoluir e entender a gravidade que é insultar alguém por causa da cor da pele. Porque, se as coisas não evoluírem até 2030, acho que [a Copa do Mundo] terá que mudar de local, porque se os jogadores não se sentirem confortáveis e com confiança para jogar em um país onde podem sofrer racismo, é muito complicado”, declarou o atacante.
Apesar do desafio, Vini Jr. afirmou que acredita na mudança e que está empenhado em promover um ambiente mais justo e acolhedor para todos os jogadores. “Acredito e quero fazer tudo para que as coisas possam mudar porque muitas pessoas na Espanha, a maioria, não são racistas, embora haja um pequeno grupo que acaba por afetar a imagem de um país onde as pessoas vivem muito bem”, concluiu o jogador, reafirmando seu compromisso em combater o racismo dentro e fora dos campos.
